quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Numa mesa de vidro que reflete a minha cara

Fui.
Aqui.

Estrangulado por minhas veias
Necrópsia escatológica e puramente dolorosa
Cobaia de sangue negro
Sangue de petróleo

Letais olhares para olhos de metais
Confusão nociva e corruptiva
Subversão da humanidade
Banquete de virgens
Que se prostituíram.

Sodomia dos deuses.

Fui.
Aqui.

Céu exorcista

Serve um cigarro
Que assopre este cansaço,
Que seque meus olhos.

Que este cigarro me sirva
De bússola inspiradora
E que eu inspire uma beleza

E que sejam tecidos
Os mais belos bordados fantasmas
No céu de ilusão

E que o céu me iluda
Mas que suporte meu peso
E que me exorcize e me amudeça.

Gozaremos!

Quando cair em teus braços
E apertar teus seios
Gozaremos!

Quando ouvir o teu canto
Tua poesia, teu pranto
Sim, gozaremos!

Quando dançares comigo
Uma triste canção,
Nossos corações, juntos, gozarão!

Gozaremos, assim, em eternos instantes
Juntos e distantes,
Pois como eu, és só, sonhadora, inconstante.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Eu digo sim

Acho que aprendi como te amar
E é assim, longe....

Longe, e sem carinhos, sem beijos no pescoço
E sem mãos nas mãos, sem perfumes,
E são lágrimas que escorrem
E camas, sofás, copos e cigarros que pensam em ti.

Acho que aprendi como te amar
E é assim, longe...

E é todo o dia, e é prisão.
Passo na rua e nada me atrai
Penso no dia em que haverá algo nos meus olhos
E penso no algo que haverá neste dia...

Acho que aprendi a te amar agora
É longe, e é algo que não virá.